quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Filhos: sinônimo da ingratidão

À primeira vista ou primeira lida, o título desse post pode parecer agressivo, exagerado e até injusto, mas em algum momento dessa leitura, quem sabe vocês não me dão razão...

Quem é mãe e pai sabe... a nossa visão de mundo muda, e muito, depois que temos um filho. Mudamos a nossa forma de pensar: o que era essencial passa a ser supérfluo, as pequenas coisas da vida ganham uma dimensão que não tínham antes. Passamos até a amar mais os nossos pais. Aprendemos a dar o valor que eles realmente têm ! Pena que isso só aconteça passado tantos anos; muitos nem conseguem dizer isso aos pais em vida.

Estive pensando sobre isso esses dias...
Olho para os meus sogros.. dão tudo e algo mais aos filhos... viveram e continuam a viver para 3 rapazes que já estão bem feitos na vida. Todos trabalham e, por vezes, podem até ter mais possibilidades que os pais... mas os pobres coitados estão sempre a dar, a dar e a dar... E ai de quem quiser retribuir ! É quase considerado uma ofensa ! Mas quando os pais precisam de mais umas mãozinhas na agricultura, quem quer sair do conforto e do quentinho de sua cama para ajudar ?

Olho para os meus pais... acho que eu e meu irmão fomos bons filhos. Nunca demos trabalho quando éramos mais jovens. Fomos bons alunos, fizemos faculdade, nos formamos, fomos trabalhar e ajudamos no que pudemos. Nunca tivemos problemas com álcool, drogas ou violência. Mas hoje me vejo morando em outro país, longe deles. Tive que abandoná-los para seguir o meu caminho. O máximo que posso fazer é telefonar todas as semanas, visitá-los uma vez por ano e pouco mais... quanta ingratidão, depois de tudo o que fizeram por mim !

Quando temos um filho, é incrível ! Amamos cada pedacinho dele: cada dedinho, cada fio de cabelo. Eles nos enchem de alegria com um simples sorriso, cada vez que vem correndo nos abraçar. Mas depois eles crescem... começam a se achar gente e donos da própria vida. Vejo filhos de casais amigos que, mal passaram dos dez anos, e já nem querem mais sair com os pais. Quando chegam a adolescência, então, é para esquecer ! Na fase adulta, às vezes, nem sobra tempo para fazer uma visita aos pais. Triste não ?!? Somos ou não somos uns ingratos ?!?! Por mais que nós, filhos, nos dediquemos aos nossos pais nunca vai chegar ao que eles sempre fizeram por nós. 
Só nos damos conta disso depois que passamos a ser pais, como eles. 
Cedo ou tarde, ainda bem que isso acontece... assim a gente vai tendo oportunidades de diminuir a nossa cota de ingratidão.
Nós sempre nos preocupamos e pensamos no que podemos fazer para sermos melhores pais... Mas o que
temos feito para ser um filho melhor ?

7 comentários:

Simone Scharamm disse...

Oi, Débora,
Bom dia! (Aí já deve ser boa tarde, não?)rs!
Fui lá ver o post da Bonfinha...lindo demais, né? E ainda teve propaganda pra mim...ela é um doce de pessoa! Fiquei super feliz!

Você tem razão, Débora!
Passei a valorizar e compreender muito mais os meus pais, quando me tornei mãe! O seu post é uma grande verdade!
Mas, posso te afirmar, pois uma das minhas filhas já tem 20 anos: a "ingratidão" não fere o amor dos pais. Sabemos que ela é fruto do desejo de liberdade, da vontade de alcançar vôo próprio...felizes os filhos que percebem(com os pais ainda vivos), que não há melhor lugar para se voltar que o "ninho"...ainda que seja só para visitar! E para agradecer!
Beijo no seu coração de mãe!

Giovana disse...

Débora, vc tem toda razão. Seu post vem a calhar em dia que as mães (me incluindo) veneram os filho, exibem sua rotina nos blogs como se aquilo fosse a coisa mais fantástica do mundo (pra gt é msm né?rsrs). Olha, vc me inspirou a escrever sobre isso,vou divulgar seu blog e vamos discutir sobre isso. Afinal que tipo de filhos estamos criando. Será que um dia lembrarão de nós com carinho? Lerão nossos blogs que fizemos para eles com tanto carinho? Esperamos que sim.

Bjssss

Tatiana disse...

Oi Deby!
Esse tema rende boas conversas! Vivo um momento adolescente..rs.. e definitivamente o clima mudou aqui em casa...quanta ingratidao..hahahaha.
Mas tenho um lema na minha vida para nao me sentir vitimizada quando eles crescerem, viver a minha vida com marido independente deles,participar sem invadir, respeitar o espaço deles e vice versa.
Criamos para que sejam adultos responsaveis e independentes, depois de adultos o negocio é com eles.
E a minha vida continua..com maridao...NOSSA vida!!!!
Adorei o post!!
Bjs.

Unknown disse...

Ui!!! Me doeu aqui o coração agora! Assim como você fui morar longe dos meus pais, não tão longe, mas o bastante para não poder visitá-los quando quero. É difícil pra mim isso pois sei que eles estão sozinhos e estão ficando velinhos e precisando de alguém que lhes puxe as orelhas quando fazem arte, sim porque eles fazem muita arte! Minha mãe adora se empoleirar em cima de móveis para limpar armários e paredes e volta e meia se estabaca no chão. E eu não estou por perto para cuidar dela. Fazer o que? Lamentar e telefonar sempre.
Já os filhos, crios independentes. Sei que irão embora um dia. Pode ser que seja pra casa ao lado, ou pro outro lado do mundo. Na dúvida, os preparo para tudo. E eu também.

Abraços

Roberta Souza disse...

Nossa, Débora, uito forte esse post mesmo. Até me emocionei. Pura verdade. Me preocupo muito em ser boa mãe, mas no meio disso tudo, esqueço de ir na minha mãe, de ligar... Sem comentários para isso.
Vou indicar o seu link na próxima postagem que eu fizer. Tudo bem? Amei seu blog. Já estou seguindo e recomendando.

Beijo grande!!

Vanessa e Enzo disse...

Boa reflexão amiga, e lindo texto! Por isso muitas mãe sofrem com a "síndrome do ninho vazio".
Olha passa lá no blog, eu "adaptei" a sua idéia e transferi lá pro blog pra chamar mais mamães para participar. Quero abrir um espaço para elas como você fez aqui! Se quiser participar também será uma honra!

Geovana Centeno disse...

oi querida ainda não tinha lido esse teu post, mas como tu me indicou um selo que tinha que postar o post que mais gostou, não vou dizer que foi que mais gostei, tem tantos, mas quando li o titulo post, fiquei intrigada e resolvi ler...nossa que lindo texto viu, falou tudo, tambem penso assim, as vezes me pego a pensar nossa acho que podia ter sido uma filha melhor para meu pai, apesar de que nunca o fiz passar vergonha, nunca bebi, me prostitui, fumei, me droguei, fiz tudo certo, tanto que ele me levou na igreja para mim me casar com o meu primeiro namorada, mas mesmo assim sinto que poderia ter sido melhor, por isso tento nao falhar com minha mae apesar de as vezes dar algumas furadas, mas tento viu, porque sei da importancia dela pra mim....beijocas e mais uma vez otimo texto.