terça-feira, 16 de novembro de 2010

Reflexões sobre a "ingratidão" dos filhos

Um dos post que escrevi recentemente e mais deu o que pensar foi um que falei sobre a ingratidão dos filhos. Recebi ótimos comentários aqui no blog. E um deles, chegou-me através de e-mail. Foi da minha cunhada, mulher do meu irmão. Ela é uma futura mamãe. Está esperando o(a) primeiro(a)  filho(a) e eu o (a) primeiro(a) sobrinha (a). Oba !!!!
A Sabrina fez uma bela reflexão do post que escrevi. Gostei tanto que pedi autorização para publicar aqui no blog. Acho que vale muito a pena a leitura. Ela é assistente social e já trabalhou com crianças e adolescentes vítimas de violência, por isso, tem uma visão interessante do assunto.
Agora vos deixo com o texto da minha cunhada, Sabrina Fava.

***
Li o seu post sobre filho e ingratidão... e assim, apesar de não ser mãe, ainda, eu sempre quis isso. Desde pequena, adolescente, adulta, eu tinha essa vontade de casar e ter filhos, coisas de mulher canceriana. Acho que se isso não acontecesse, minha vida não seria completa.

Eu acho que os seus questionamentos, reflexões são muito pertinentes. A gente deve estar sempre se perguntando se estamos fazendo a coisa certa, em especial quando falamos de filhos. Ser mãe e pai é uma missão e "prestaremos conta" sobre as nossas ações. Encontrar o equilíbrio e fazer a coisa certa é difícil nessa tarefa de educar, que não tem fórmula pronta. É errando que a gente vai acertando, ainda mais quando se é mãe de primeira viagem.

Acho que a gente tem que pensar o que é mesmo ingratidão. Eu sempre tive isso na minha cabeça com relação a filhos, ainda mais pelo trabalho que desenvolvi junto a crianças e adolescentes que são vítimas de violência, cujos principais agentes dessa violência são os pais ou responsáveis. A criança dará o que ela recebeu na infância. É essa fase a principal do nosso desenvolvimento enquanto pessoa. A personalidade das crianças se forma até os sete anos, o que vem depois é para ser agregado, somado.

Temos que pensar também que criamos os nossos filhos para o mundo, para se inserirem na sociedade e conquistarem o seu espaço, realizarem as suas descobertas e seus erros também. Acho que a gente não apaga da memória a educação e o amor que recebemos de nossos pais quando tentamos o nosso caminho longe deles. Cada um de nós vem com sua missão e os pais têm a função de preparar os filhos para realizarem a sua missão, a partir do amor, do exemplo e dos limites. Se ser mãe reflete aquele amor incondicional, então deveremos e saberemos ter maturidade, sabedoria e disprendimento para deixarmos nossos filhos voarem, a partir dos ensinamentos que demos.


Você fez a sua escolha, decidiu pela vida que tem hoje. Toda escolha tem suas consequências, boas e não tão boas. Vc está "longe" de sua família, pq quis formar a sua própria família. Será q isso é ingratidão?...

É como você colocou no post, devemos valorizar ao máximo nossos pais, não só porque nos tornamos pais, mas por tudo que eles representaram e representam nas nossas vidas. Pensar assim exige amadurecimento. Nem todo mundo pensa assim, mas, paciência... estamos nesse mundo para evoluir e nada nessa vida é por acaso.

Com relação à adolescência, ô períodozinho difícil, você teve a sua, eu tive a minha e é a fase do teste, das descobertas e onde nós vamos ter de ter muita paciência. E olha, é comum os adolescentes terem vergonha dos pais, mas isso não quer dizer que eles não os amem. É uma fase e vai passar! Hoje as crianças e os adolescentes não são como na nossa época, eles são mais inteligentes e cada vez mais cedo sabem o que querem. A nossa função é estar junto a eles nesses momentos e nessas escolhas, para orientá-los e ter muito claro, que é errando que eles vão aprender. Não que a gente queira que eles errem, e aí talvez esteja o nosso mal, de proteger sempre e acabar interferindo nas escolhas que são deles.

Adolescente é "bicho danado" e odeiam quando os pais dão o que eles chamam de palpite na vida deles, mas uma psicóloga que trabalhou comigo sempre dizia que a gente só se preocupa com quem a gente gosta, e nos atendimentos que a gente fazia, onde as relações familiares eram permeadas de conflitos, quando ela dizia isso para o adolescente, a gente percebia que ele sentia, lá dentro, que os pais estavam fazendo o que era certo.

Então é isso, como alguém já disse, ser mãe é padecer no paraíso. E como é bom padecer nesse paraíso, né! Eu ainda não sei, mas vou descobrir!

Grande abraço!

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Espero que, assim como eu, vocês também tenham gostado. E saibam que esse cantinho está aberto a quem quiser colaborar. Quero agradecer à minha cunhada pelo carinho e por me autorizar a publicar o seu texto. E desejar a todos um excelente dia !

8 comentários:

Roberta Souza disse...

Lindo o texto! O ponto de vista dela foi muito bem colocado e concordo plenamente: Ser mãe é uma missão e prestaremos conta das nossas ações.

Beijão!

Simone Scharamm disse...

Adorei o texto! Perfeito!
Beijos!

Vanessa e Enzo disse...

Lindo o texto! Sua cunhada mandou muito bem! Será uma bela mãe! Débora, falando em texto, ainda não esqueci do meu não tá... Xá só eu sentar com calma nesse pc que escrevo e até o fds te envio!

Andréa Palomo disse...

Muito bom esse texto amiga, obrigada por compartilhá-lo conosco. Ele nos mostra uma série de verdades e nos chama a atenção para algumas coisas. Gostei muito, meus parabéns. Um grande beijo.

Roberta Souza disse...

Claro que está, Boneca!! Só me avisar como eu faço para mandar o post e quando eu devo mandar! Estou muito lisonjeada com o convite. Obrigada!!!

Beijooooosss

Andréa Palomo disse...

Oi amiga, estou de volta, passa lá no meu cantinho porque tem um presentinho pra você. Um beijo.

Cida Kuntze disse...

Oi Deby!
rsrs..gostou da intimidade? rsrs.
Que texto lindo, gostei!
Sabe, concordo...ser mãe é uma missão e prestaremos sim contas disso!
Beijinhos e tudo de bom.

Tatiana disse...

Oi Debora!!
Parabens a sua cunhada por esse super maduro e sensivel texto,nota-se a experiencia que ela deve ter tido com os adolescentes como assistente social!! O filhote ou filhota agradecerá..rs!!
Bjs.